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segunda-feira, 11 de junho de 2012
Fwd: RE: A reinvenção da amizade
Mensagem original
De: jose carlos lima < jose.carlos.lima@hotmail.com >
Para: jose.carlos.lima@hotmail.com,jl2006@uol.com.br
Assunto: RE: A reinvenção da amizade
Enviada: 08/12/2005 12:38
visão - forma - conhecimento
Parte 1: visão
Edson,
partindo desse ponto "A reinvenção da amizade"
até que ponto tenho feito por onde ter amigos?
nada
engraçado....
desde a infância, por volta de 12 anos de idade, me debato com a amizade
com a busca da amizade
talvez aí tenha surgido a burca
o ocultar-se
o simular um corpo que não existe
dias atrás sonhei que eu era uma árvore
uma árvore que estava embrulhada por um tecido=juta
a árvore foi desembrulhada
e dali brotaram vários rostos
pensando nisso, gostaria sim de ser desembrulhado=livre=espontâneo
sem burcasem outro corpo
no entanto...
preciso de que?
sinto que nada que eu disse agora tem qualquer coesão
é tudo sem sentido
um momento.... vou ligar para um amigo
ao invés de escrever, vou dizer isto para ele
quero dizer da minha imaturidade afetiva
como sou imaturo!!!
o simples fato de lembrar que tenho um amigo já me faz bem
não preciso nem ligar
...................... fim do momento visão.....
............. Parte 2: forma...................
imagino-me chegando ao Res-do-Chão
chego usando uma burca de juta.
entro na casa
vou direto para a pia do banheiro
começo a escovar os dentes
creme dental= sabonete
tomo banho com sabonete
não sei ao certo se vou tirar a roupa para tomar banho
não...
não é esta a minha intenção
..................fim do momento forma......... ........
............................. Parte 3: conhecimento............
após a elaboração da visão e formas, momentos anteriores, agora tomo
conhecimento do quanto, apesar de sempre ter buscado, tenho fugido, não
sabido lidar com, ou não percebido a importancia da amizade, agora sei o
quanto sou imaturo, um distoante da realidade, um perdido no mundo. porque
nunca encontro a simplicidade=espontaneidade que sempre busquei?
quando=como=porque a perdi? foi a partir deste momento que me perdi.
bjs, jose carlos
...................... fim do momento conhecimento...........
O que é isto?
Isto é um exercício de busca da amizade, da superação da imaturidade, do ser
simples, etc, não sei ao certo
Este e-mail foi transmitido, no momento, somente para Edson Barrus com
cópia oculta para Ney Matogrosso. Pode ser que, posteriormente, após um
breve p eríodo na geladeira, eu o encaminhe para terapêutas, artistas, etc.
Talvez eu estivesse enviando isto somente para terapêutas. Ah sim, estou
enviando uma cópia oculta para a minha terapeuta e para um psiquiatra.
Imagino uma cidade na qual pessoas assim como eu se expressam apenas para
terapeutas.
Você tem duas opções:
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>From: edson_barrus
>To: jose.carlos.lima@hotmail.com
>Subject: A reinvenção da amizade
>Date: Tue, 6 Dec 2005 13:13:12 -0200
>
>
>...fico pensando se com a Burca , que tem muito a ver com o trabalho Homem
>com Bunda de Mulher, voce nao estaria dentro dessa 'atitude avestruz' que
>voce escreveu antes, de esconder o rosto, adiando e jogando para debaixo do
>tapete a sua verdadeira ideia...
>
>
>A reinvenção da amizade
>Margareth Rago
>
>
>Éticas dos Amigos: invenções libertárias da vida
>Edson Passetti
>São Paulo, 2003
>Imaginário
>Tel.:3864-3242
>292 páginas
>R$ 35
>
>Poucos duvidam de que ter amigos é um dos bens mais preciosos em nossos
>tempos, marcados por muita descrença e insegurança. Ao mesmo tempo, quase
>todos entendem que os amigos são poucos, defendendo-se para com os demais
>uma relação de distância e desconfiança. Mal nos damos conta do modelo de
>amizade que praticamos, modelo cristão pautado na família e confinado ao
>privado, mesmo quando bradamos contra a destruição da esfera pública, a
>privatização da vida social, ou a atomização do indivíduo.
>
>Ainda recentes, as discussões sobre a difusão do modelo privatizado da
>amizade, que associa o amigo ao irmão vêm, cont udo, revelando que outros
>modos de relação consigo e com os outros, fundados na solidariedade e no
>respeito à diferença são possíveis. Mais que isso, são necessários para a
>tão desejada reinvenção das formas da sociabilidade e da subjetividade.
>
>É na direção dessas problematizações que o livro de Edson Passetti aponta,
>aprofundando uma importante discussão ética da atualidade: as
>possibilidades
>da amizade entendida como vida em expansão, ou como afirmação de
>existências
>livres.
>
>Professor de Ciências Políticas da PUC-SP, Passetti tem-se destacado pela
>crítica ousada e pelo corajoso enfrentamento de temas políticos da mais
>alta
>pertinência. Seu trabalho gira em torno da busca de um fundamento ético
>para
>a reinvenção das relações intersubjetivas e associativas, assim como uma
>reatua lização do anarquismo, de modo a escapar da herança humanista do
>passado.
>
>Coordenador do Núcleo da Sociabilidade Libertária, do pós em Ciências
>Sociais dessa Universidade, Passetti publica atualmente a revista Verve,
>dedicada a temas libertários e é autor de vários livros e artigos
>referentes
>à violência contra as crianças e ao abolicionismo penal.
>
>Éticas dos Amigos pergunta pelas "invenções libertárias da vida", propondo
>uma genealogia da amizade no pensamento ocidental, especialmente quando
>formulada em relação às práticas da liberdade. Embora realize uma ampla e
>erudita historicização dos múltiplos sentidos atribuídos à amizade desde a
>Antigüidade clássica, seu principal alvo de investimento dirige-se à busca
>comprometida das experiências outras das práticas da amizade, para além dos
>conhecidos parâmetro s do presente.
>
>A amizade que Passetti elege não se refere, portanto, à relação
>confortante,
>especular e íntima estabelecida entre iguais, através da qual reforçam a
>própria identidade e excluem os diferentes. Nem tampouco à aliança
>garantidora da paz perpétua promovida pelos Estados contra o inimigo comum.
>Antes, trata-se da busca inquieta pelos vínculos intensos que viabilizam
>associações libertárias, no presente, geradoras de estilos de vida
>não-hierárquicos, como querem os amigos La Boétie, Nietzsche, Stirner,
>Foucault e Deleuze.
>
>DESASSOSSEGO – Ao questionar a frase canônica de Aristóteles — "ah, amigos,
>não há amigos" —, Passetti afirma: "A mim tocou a frase de Nietzsche 'ah,
>inimigos, não há inimigos', pelo desassossego que traz e pela bravura em
>reconhecer no amigo o melhor inimigo, o guerreiro que desest abiliza mas não
>destrói, em oposição à amizade como bem superior, pacificação do conflito
>interno e exterior à cidade".
>
>Acompanhado por esses filósofos, o autor visita epicuristas e estóicos,
>diferencia La Boétie de Montaigne, chega a Nietzsche e aos anarquistas
>clássicos, em especial a Max Stirner, evidenciando os elos que os
>aproximam,
>ou diferenciam na reflexão sobre a amizade.
>
>Com Foucault, encontra nos modos de subjetivação dos gregos e dos romanos
>experiências radicalmente diferentes da sujeição contemporânea: longe de
>visar a produção dos "corpos dóceis" submetidos a um código moral
>autoritário, eles cultivavam livremente os usos dos prazeres e os cuidados
>de si. Relações de amizade se constituíam, pois, em experiências éticas que
>almejavam a estetização da existência, em práticas da liberdade que
>permitiam fazer do indivíduo um ser livre, capaz de se auto-governar, antes
>mesmo de poder governar os outros e a pólis.
>
>Vários capítulos compõem este ensaio lúcido e apaixonado, que discute
>historicamente modos de coexistência, estilos de vida e formas da amizade,
>convergindo para as possibilidades da criação de inúmeras "associações"
>libertárias no presente.
>
>É neste momento que o livro atinge seu ponto alto, ao fazer vibrar, ao lado
>dos anarquistas clássicos, o pensamento de Stirner, incompreendido em
>função
>de sua defesa radical do individualismo. Novamente, a leitura irreverente
>de
>Passetti subverte as imagens cristalizadas: ao contrário do egoísmo
>narcisista que lhe é freqüentemente atribuído, a defesa stirneana do Um
>aparece como condição de possibilidade da afirmação libertária da amizade
> entre iguais, mas diferentes.
>
>A ética proposta por Passetti supõe que "amigos libertários inventam
>existências, abalam o indivíduo, a sociedade e o Estado." Em suas palavras,
>"A ética dos amigos não é a ética da amizade, um procedimento privado da
>moral. Ela é presente, é agora. Não é a ética da vida boa, hedonista e
>feliz. Ela se instrui na convivência amistosa com os outros que partilham
>deste estilo de vida como arte de viver. Não busca o universal, o idêntico
>ou afinidades. Mas vitalidades, vontades de potência, combates e embriaguez
>possíveis para fazer emergir subjetividades constituintes."
>
>A esse trabalho se entrega também o autor, convidando-nos a estabelecer
>laços libertários e horizontalizados de amizade, como inimigos e guerreiros
>desestabilizadores, desejosos de criar e de se reapossar do mundo, aqui e
>agora.
& gt;
>Margareth Rago é professora livre-docente do departamento de História da
>Unicamp; tem diversos livros publicados, sendo o último Entre a história e
>a
>liberdade – Luce Fabbri e o anarquismo contemporâneo (Unesp, 2001).
>
>
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